O artigo se detém, inicialmente, numa leitura da camada aparente de "Instinto de nacionalidade", destacando sua vinculação com as teses românticas sobre o sentido de "nação" e "literatura nacional", insistindo Machado na literatura indigenista, na cor local, na feição americana como paradigma para detectar a nacionalidade do texto literário. Em outra camada de leitura, apontam-se as reticências, as negações, o estilo carregado de adversativas que permeiam o texto, a ponto de Machado vir a negar as teses românticas em sua exclusividade, para, finalmente, abrir o leque do que poderia significar "literatura nacional": tudo é matéria de poesia. Na sequência, analisa-se a formação do Machado ficcionista, quando viria a exercitar o que já se encontrava, em tese, no "Instinto". Por fim, lançam-se algumas questões sobre a importância do ensaio para a crítica e a historiografia literária locais.
Initially, the article engages in a reading of the most apparent level of "Instinto de nacionalidade", pointing out its connection with romantic theories about the meaning of "nation" and "national literature," a level where Machado confronts indigenist literature, local color, and American customs as a paradigm to define the nationality of a literary text. On another level, the essay points out the hesitations, negations and oppositions that inform the text, suggesting Machado's denial of romantic theories as an exclusive model, in order finally to suggest a more open notion of what would constitute "national literature": it is all a matter of poetry. And then the article analyzes the development of Machado as a writer of fiction, when he would come to exercise the theses developed in "Instinto." Finally, this text poses some questions about the importance of the essay for local criticism and literary history.