OBJETIVO: Avaliar a ingestão de energia, de macro e de micronutrientes por adolescentes no primeiro e no segundo trimestres de gestação e estimar sua associação com o peso do concepto ao nascer. MÉTODOS: Estudo longitudinal, incluindo 139 gestantes adolescentes atendidas em serviço de pré-natal de maternidade pública, acompanhadas desde o primeiro trimestre gestacional até o puerpério imediato. Aplicou-se um questionário de frequência de consumo alimentar no primeiro e no segundo trimestres de gestação. O peso e a idade gestacional ao nascer dos recém-nascidos foram coletados dos prontuários hospitalares. Foram estimados médias e intervalo de confiança de 95%. O método dos resíduos foi utilizado para ajustar o consumo de nutrientes pelo consumo energético total. Modelos de regressão linear múltipla foram desenvolvidos para identificar os fatores associados ao peso ao nascer. RESULTADOS: O consumo médio de proteínas (p=0,02), lipídeos (p=0,02), ácidos graxos saturados (p=0,02) e monoinsaturados (p=0,05), colesterol (p=0,01), cálcio (p<0,01), potássio (p=0,01) e fósforo (p<0,01) foi mais elevado entre gestantes que tiveram filhos com peso ao nascer acima de 2500g. Idade gestacional ao parto (β=105,8; p<0,01), número de consultas de pré-natal (β=34,1; p=0,04), consumo de ácidos graxos poli-insaturados (β=7,5; p=0,04) e de ômega-3 (β=74,3; p=0,05) e de colesterol (β=0,4; p=0,04) foram variáveis preditoras do peso ao nascer em modelos de regressão linear múltipla. CONCLUSÃO: O perfil lipídico da dieta da mãe foi o principal preditor do peso do concepto ao nascer, e os resultados sugerem que o acompanhamento nutricional deva ser incluído na rotina dos serviços de atenção pré-natal.
OBJECTIVE: This study assessed energy, macronutrient, and micronutrient intakes of adolescents in the first and second trimesters of pregnancy and investigated their association with the infant's birth weight. METHODS: This longitudinal study included 139 pregnant adolescents seen at the prenatal care clinic of a public maternity hospital. They were followed from the first trimester of pregnancy until hospital discharge after delivery. The participants answered a food frequency questionnaire in the first and second trimesters of pregnancy. Birth weight and gestational age were collected from the mothers' hospital records. The means and 95% confidence intervals were calculated. The residual method was used for adjusting nutrient intake according to total energy intake. The factors associated with birth weight were identified by multiple linear regression models. RESULTS: The mothers of infants with birth weight higher than 2500 grams had higher mean intakes of protein (p=0.02), lipids (p=0.02), saturated fatty acids (p=0.02) monounsaturated fatty acids (p=0.05), cholesterol (p=0.01), calcium (p<0.01), potassium (p=0.01), and phosphorus (p<0.01). According to the multiple linear regression models, gestational age at delivery (β=105.8; p<0.01), number of prenatal care visits (β=34.1; p=0.04), intake of polyunsaturated fatty acids (β=7.5; p=0.04), intake of omega-3 fatty acids (β=74.3; p=0.05), and cholesterol intake (β=0.4; p=0.04) were predictors of birth weight. CONCLUSION: The mother's dietary lipid profile was the main predictor of the infant's birth weight and the results suggest that nutritional follow-up should be included in the prenatal care routine.