este relato de pesquisa teve como objetivo ouvir o que as crianças dizem sobre a fisioterapia. A pesquisa contou com a participação de sete crianças com doenças crônicas que faziam fisioterapia por tempo indeterminado, em um hospital e em um centro de fisioterapia. Essas crianças foram entrevistadas a partir de questionamentos relativos à doença, ao tratamento e sobre brincar durante a fisioterapia. Propôs-se pesquisar com as crianças e não sobre elas, tendo em vista que a infância é uma categoria social e que as doenças crônicas sugerem mais atenção quanto à qualidade de vida infantil. Este estudo demonstra a possibilidade de uma aproximação efetiva com a educação, por meio da Sociologia da Infância, e da Saúde no âmbito de humanizar a relação entre fisioterapeuta e criança. Com os resultados, foi possível identificar que essas crianças relacionam a doença ao problema e à melhora, traduzindo a trajetória que a doença impõe em suas vidas. A doença é a geradora da hospitalização e do motivo de realizarem a fisioterapia, que é considerada o tratamento que atua no seu problema e objetiva sua melhora. As crianças deixam claro que querem brincar mais, sendo, assim, o planejar do brincar terapêutico nas clínicas e hospitais necessário. Conclui-se, portanto, que é indispensável incluir a terapia lúdica, para que brincar na fisioterapia seja prazeroso, estimulante, na tentativa de objetivar o brincar terapêutico. Esse é o desafio. Por esse viés, pode-se dizer que reabilitar, também, requer conhecimento pedagógico.
The aim of this research report was to listen to what children have to say about physiotherapy. Seven children with chronic diseases, who were being seen in physiotherapy in a hospital and a physiotherapy center for an indefinite period, participated in the study. These children were interviewed, and the questions related to their disease, treatment and play during physiotherapy. The study was designed from the children's point of view rather than being about them. Childhood is understood as a social category and chronic diseases require more concern for children's quality of life. This study demonstrates the possibility of bringing together education, through Sociology of Childhood, and Health, as an effort to humanize the relationship between therapist and child. The results showed that these children relate their diseases to the problem and to their improvement, and they are able to interpret the trajectory that the disease imposes on their lives. Disease is the generator of hospitalization and the reason they must do physiotherapy, which is understood as the treatment that acts upon their problem, in order to promote their improvement. Children clearly report that they want to play more, indicating the importance of planning therapeutic play in clinics and hospitals. We conclude that including recreational therapy is essential, in order for play in physiotherapy to be pleasant, stimulating, aiming for therapeutic play. That is the challenge. From this approach, it can be stated that rehabilitation also requires educational knowledge.