As atividades de controle do vetor da dengue no município de Piraí-RJ foram integradas às ações da Estratégia de Saúde da Família (ESF) desde 2005, visando à vinculação e responsabilidade do setor saúde com o território e população adscrita, fortalecendo ações de prevenção e melhorando os indicadores de controle. Objetiva-se analisar as repercussões dessa integração, em particular, com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), sujeitos principais das ações. Através da análise documental e de entrevistas, buscou-se contextualizar o processo político gerencial e os resultados alcançados. A compreensão das percepções, significados e desafios desta ação para os saberes e as práticas dos ACS foi realizada com um grupo focal. Tais indicadores, obtidos após a integração, mostram que ela tem sido efetiva. No grupo focal, reconheceu-se a dificuldade da população em perceber e entender o novo papel atribuído aos ACS. Identificou-se a preocupação dos ACS com a possibilidade das ações interferirem no vínculo com a comunidade. Outra questão é a falta de compreensão e integração das ações de vigilância ambiental com as perspectivas de educação em saúde e de mobilização comunitária. Esta dificuldade parece estar relacionada à própria concepção, ainda medicalizada e individualista, do papel da educação e promoção em saúde a serem desenvolvidas no território. Apesar do sucesso alcançado na integração das ações, é preciso entender que este é um processo dinâmico, em constante transformação, implicando exercício constante de avaliação e diálogo sobre as questões envolvidas no cotidiano das práticas em saúde.
Control activities of dengue vector in Pirai city, state of Rio de Janeiro, Brazil, were integrated into Family Health Strategy actions since 2005, aiming at commitment and responsibility of the health sector with the enrolled population and territory, strengthening prevention and improving control indicators. This study aims to analyze the impact of this integration, in particular with Community Health Agents, main subject of actions. Through document analysis and interviews, we attempted to contextualize the political process and managerial achievements. Understanding the perceptions, meanings and challenges of this action to the knowledge and practices of agents, a focus group was conducted. Such indicators, obtained after integration, show that it has been effective. The focus group acknowledged the difficulty of the population to perceive and understand the new role assigned to the agents, identifying their concern with the possibility of interfering actions in connection with the community. Another issue is the lack of understanding and integration of environmental surveillance actions with the perspectives of health education and community mobilization. This difficulty appears to be related to the design, even medicalized and individualistic itself, the role of education and health promotion to be developed in the territory. Despite the success achieved in the integration of actions, one must understand that it is dynamic, constantly changing, and implyes constant exercise of review and dialogue on the issues involved in health daily practice.