São necessários avanços na implementação do SUS no Brasil. Os trabalhadores da saúde são agentes instituintes de mudança nas práticas do mundo do trabalho. O presente artigo buscou compreender algumas possibilidades para contemplar a dimensão política na formação desses trabalhadores. O território de estudo foi um programa de residência multiprofissional em saúde no interior de São Paulo. Para a produção dos dados, além de observação, foram realizadas 14 entrevistas semiestruturadas com residentes, preceptores, tutores e com a coordenação do programa. A análise foi dividida em potências para a dimensão política nas práticas pedagógicas e nas práticas de gestão da Residência. Encontraram-se potências nos espaços pedagógicos, de gestão e no mundo do cuidado. As tensões dispararam um processo de autoanálise nos sujeitos envolvidos e propiciaram novos arranjos no processo formativo. Evidenciou-se que as residências podem ser dispositivos para a formação de trabalhadores da saúde na defesa do SUS.
Advances are needed in the implementation of the Unified Health System (SUS) in Brazil. Health workers are instituting agents of change in the practices of the working world. This paper aims to understand some possibilities to ponder on the political dimension in training these workers. The territory of study was a multidisciplinary health residence program in São Paulo. For data production, as well as observation, semistructured interviews were conducted with 14 residents, preceptors, mentors and program coordination. The analysis was divided into powers for the political dimension in teaching practices and management practices of the Residence. Powers were met in educational, management and world of care. Tensions created a process of self-examination in the subjects involved and provided new arrangements in the training process. It was evident that the residences can be devices for the formation of health workers in defense of SUS.