Ao investigar as relações de idade e geração entre crianças pequenas e delas com as professoras em contexto educativo e coletivo na esfera pública, este artigo busca traçar um percurso reflexivo de rupturas teóricas, no campo da Antropologia e da Sociologia, aliadas às produções brasileiras, italianas e portuguesas na área da educação da infância, na tentativa de compreender os grupos de idade a partir de uma perspectiva geracional. Confronta os saberes infantis e suas culturas inscritas na troca e na negociação, com a lógica dominante sem negociações que afirma que elas não podem e não conseguem. Dois pontos balizam este estudo: a herança social, sua natureza e garantia de reprodução do mundo da ordem numa sociedade capitalista excludente; e a transgressão das crianças pequenas, suas possibilidades de não somente reproduzir, como também de questionar as determinações cronológicas, etapistas e geracionais impostas.
By investigating the relationship between age and generation among small children and between them and their teachers in an educational and collective context in the public sphere, this article aims to draw a reflective journey of theoretical rupture in the field of Anthropology and Sociology, allied with the Brazilian, Italian and Portuguese productions in the area of education in early childhood, in an attempt to understand the age groups from a generational perspective, thus comparing the children's knowledge, their childhood cultures present in the exchange and negotiation, with the dominant logics, with no negotiations, that states that they cannot do and cannot manage to do. Two points guide this study: the social inheritance, its nature and guarantee of reproduction of the world of order within an excluding capitalist society, and the transgression of small children, their ability to not only reproduce, but also to challenge the chronological, stage and generational determinations imposed.