Este trabalho estima a desigualdade no uso de serviços de saúde por meio de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008, conforme metodologia sugerida por O'Donnell et al. (2008). Além da análise descritiva da distribuição observada em nove serviços essenciais, a metodologia permite mensurar as necessidades previstas e padronizadas por classes socioeconômicas. Os resultados apontam que a utilização de serviços de saúde segundo classes de renda familiar é desigual e a favor dos mais ricos (pró-rica), em sete dos serviços analisados. A desigualdade é maior para os indicadores de cirurgia em 12 meses, exame de mamografia e consultas para o período de duas semanas, com índices de concentração estimados de 0,128; 0,20 e 0,371, respectivamente. O fator que mais contribui para mudanças percentuais para concentração é a posse de plano suplementar de saúde. Em contraposição, o Programa de Saúde da Família (PSF) contribui para diminuir essa concentração, porém seu impacto pró-pobre ainda é modesto se comparado com o efeito concentrador de cobertura suplementar.
This paper estimates health inequality utilization using PNAD 2008 data following the analytical framework proposed by O'Donnell et al. (2008). Beyond descriptive analysis in nine health services, methodological framework allows to measure predicted and standardized need by income classes. Results indicate that services utilization are unequal distributed for the wealthier (pro-rich), in seven out of nine health services. The inequality is higher for surgery services in a 12 months period, mammography and for doctor's visits in two weeks period, with estimated concentration index of 0.128; 0.20 and 0.37, respectively. Supplemental health coverage is the most relevant factor to comprehend positive percentage changes in concentration index. Contrastingly, Family Health Program decreases the concentration, however its impact pro-poor is modest and it is more than offset by the health insurance effect.