Este artigo é uma tentativa de refletir sobre as respostas governamentais à epidemia de Aids a partir de dois casos contraditórios: Brasil e África do Sul. A partir do exame das trajetórias da epidemia em ambos os países e da ampla literatura escrita sobre o tema, busca-se entender o porquê de ações governamentais tão díspares em países que são, do ponto de vista socioeconômico, relativamente semelhantes. A hipótese aqui sustentada é que as inter-relações entre instituições políticas e processos mais amplos de construção da identidade nacional podem explicar as distintas respostas governamentais e iluminar a complexa relação entre Aids, sexualidade, raça e identidade nacional no Brasil e na África do Sul.
This paper attempts to analyze the governmental responses to Aids epidemic in two conflicting cases: Brazil and South Africa. Drawing on the examination of Aids epidemic's trajectories in both countries and the extensive literature about that thematic, we try to comprehend the reason for such diversified governmental responses to those similar sociopolitical contexts. The paper supports that the inter-relations between political institution and wider processes of nation-building can explain such different governmental responses to Aids and illuminate the complex relationship between Aids, sexuality, race and national identity in Brazil and South Africa.