O estudo analisou o comportamento histórico das compras de medicamentos da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, Brasil, entre 2002-2011. Utilizaram-se dados financeiros sobre quantidade anual total adquirida e preço unitário. Calcularam-se o gasto anual por habitante e a proporção das despesas com medicamentos frente aos gastos municipais em saúde. Os gastos foram ajustados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo para compará-los a 2011. Os medicamentos foram classificados, segundo ambiente de predomínio de uso, em hospitalar ou atenção primária e pelas classes do sistema anatômico-terapêutico-químico da Organização Mundial da Saúde. Os gastos totais ajustados foram de cerca de R$ 575 milhões, com redução ao longo do intervalo analisado. Medicamentos anti-infecciosos e vinculados aos sistemas cardiovascular e nervoso responderam por 55% dos gastos totais. Houve transição dos gastos com medicamentos do ambiente hospitalar para aqueles de uso predominante na atenção primária em saúde. A análise pode potencializar a gestão e sinaliza para necessidade de correção de rumos na política municipal de medicamentos.
This study analyzed time trends in the purchase of medicines by the Rio de Janeiro Municipal Health Department, Brazil, from 2002 to 2011, analyzing data on total annual amounts and unit prices. Annual expenditure per inhabitant and expenditures on medicines as a proportion of total municipal health spending were calculated. Expenditures were adjusted according to the Expanded Consumer Price Index to compare them to 2011. Medicines were classified according to the predominant place of use (in-hospital or primary care) and the WHO Anatomical Therapeutic Chemical classification. Adjusted total expenditures totaled some BRL 575 million, with a decline over the period. Antimicrobials and medicines for the cardiovascular and nervous systems accounted for 55% of total expenditures. There was a shift from in-hospital spending on medicines to those used predominantly in primary care. The analysis can contribute to healthcare management and emphasizes the need to reorient the municipality’s policy for medicines.