O objetivo do presente estudo foi estimar a prevalência e fatores associados à não utilização de algum medicamento de uso contínuo nos indivíduos de 30-79 anos que referiram hipertensão arterial na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2008), Brasil. Razões de prevalência (RP) e respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%) foram obtidos por meio de regressão de Poisson. A proporção de indivíduos que não utilizava medicamentos de uso contínuo foi de 17%. Características positivamente associadas à não utilização foram: sexo masculino, residência nas regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste e hábito de fumar. O não uso desses medicamentos diminuiu com a idade, renda domiciliar per capita, número de doenças crônicas e de consulta médica nos últimos 12 meses; foi menor entre os que tinham 11 anos e mais de estudo (RP = 0,92; IC95%: 0,86-0,98), nos que não trabalhavam nem estavam desempregados e nos que não realizavam atividade física. A adesão à terapia medicamentosa no controle de hipertensão arterial é necessária e requer investimento na atenção primária, na melhoria no acesso aos serviços de saúde e no enfretamento das desigualdades regionais, sociais e de gênero.
The aim of this study was to estimate the prevalence of non-adherence to several continuous-use drugs by patients 30 to 79 years of age with self-reported hypertension, and associated factors, drawing on data from the Brazilian National Sample Household Survey (PNAD-2008). Prevalence ratios (PR) and respective 95% confidence intervals (95%CI) were obtained by Poisson regression. The proportion of individuals that failed to adhere to continuous-use medication was 17%. Characteristics directly associated with non-adherence were: male gender, residence in the North, Northeast, or Central-West of Brazil, and smoking. Non-adherence decreased with age, per capita family income, number of chronic diseases, and medical consultation in the previous 12 months, and was inversely associated with 11 or more years of schooling (PR = 0.92; 95%CI: 0.86-0.98), not working and not being unemployed, and physical activity. Adherence to antihypertensive medication is necessary and requires investment in primary care, improved access to health services, and measures to offset regional, social, and gender inequalities.