O estudo teve como objetivos investigar os gastos das famílias brasileiras com medicamentos e as desigualdades de renda nestes gastos, segundo categorias de medicamentos. Trata-se de estudo transversal realizado com dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) realizadas em 2002-2003 e 2008-2009. Os valores foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O Índice de Concentração (IC) foi calculado como medida de desigualdade. O gasto médio com medicamentos para o total das famílias correspondeu a R$ 53,54 na POF 20022003 e R$ 59,02 na POF 2008-2009. Os IC revelaram concentração dos gastos entre as famílias de maior renda. A composição destes gastos é diferente conforme a renda das famílias. Entre as de menor renda predominam os gastos com analgésicos, antigripais e anti-inflamatórios. Entre as de maior renda predominam os gastos com medicamentos para diabetes, hipertensão e doenças do coração. Para as famílias de menor renda, apesar da redução do peso do gasto com medicamentos sobre sua renda, este ainda é o principal componente dos gastos com saúde.
This study aimed to investigate spending on medicines by Brazilian families and related income inequalities, according to types of medicines. A cross-sectional study used data from the Family Budget Surveys conducted in 2002-2003 and 2008-2009. Expenditures were corrected according to the Extended National Consumer Price Index (IPCA). The Concentration Index (CI) was calculated as a measure of inequality. Average monthly spending on medicines was BRL 53.54 in the 2002-2003 survey and BRL 59.02 in 2008-2009. CI showed spending concentration in higher-income families. Spending composition varied according to family income. Lower-income families spent predominantly on analgesics, cold medicines, and anti-inflammatory drugs. Higher-income families concentrated their spending on medicines for diabetes and hypertension (and other cardiovascular diseases). From one survey to the next, even though lower-income households reduced the percentage of their budget spent on medicines, the latter still consume a large proportion of their health spending.