Ao contrário de outros países, comparações entre regiões brasileiras ainda são pouco realizadas. Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo têm boa cobertura do registro de óbitos e semelhanças geográficas, o que permite identificar oportunidades de intervenção em saúde. Por outro lado, existem importantes diferenças socioeconômicas, consistentemente piores em Minas Gerais. Foi realizada uma decomposição da diferença da expectativa de vida de Minas Gerais em relação ao Rio de Janeiro e São Paulo para 1996, 2000 e 2010, utilizando a metodologia de Arriaga. Minas Gerais apresentou maior expectativa de vida em relação aos outros dois estados durante todo o período, tanto para homens quanto para mulheres. O grupo etário dos idosos e as doenças crônicas foram as mais importantes para explicar essa diferença, especialmente neoplasias e doenças isquêmicas do coração. Diferenças no estilo de vida e prática de atividade física (melhores em Minas Gerais do que em relação ao Rio de Janeiro e São Paulo) podem ajudar a explicar a inconsistência entre os níveis socioeconômicos e a situação de saúde.
Comparisons between States of Brazil are still rare in public health. The States of Minas Gerais, São Paulo, and Rio de Janeiro have adequate mortality registry coverage and are geographically similar, thus making comparison appropriate for identifying possible interventions in public health. Meanwhile, the three States show important socioeconomic differences, consistently worse for Minas Gerais. The study analyzed the disaggregation of differences in life expectancy in Minas Gerais as compared to São Paulo and Rio de Janeiro for 1996, 2000, and 2010, using the Arriaga methodology. Minas Gerais had a higher life expectancy than the two other States for the entire period, in both men and women. Advanced age and chronic illness, especially cancer and ischemic heart disease, were the most important factors in this difference. Differences in lifestyle and physical exercise (better for Minas Gerais than for São Paulo and Rio de Janeiro) could help explain the apparent inconsistency between socioeconomic indicators and life expectancy.