Com o presente artigo, busca-se relatar e analisar as relações entre saúde e trabalho de pequenos produtores rurais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Quanto à metodologia, adotou-se o aporte da investigação participativa e as bases da educação popular. O estudo realizado tornou possível uma compreensão de saúde e de trabalho mediante as narrativas dos trabalhadores e histórias relativas às lutas coletivas contra a exclusão e a violência no campo. Constataram-se importantes aspectos próprios a esse grupo populacional, como o sentido de conquista da propriedade da terra, os conflitos advindos da 'militância' e as diferenças de gênero e geração. Com base nos relatos, analisaram-se também os acidentes e os riscos relacionados à atividade de trabalho no assentamento rural, principalmente a exposição ao agrotóxico. Confirmaram-se, ainda, a solidariedade e a cooperação como valores importantes e como base de novas relações, um modo distinto de organização social coletiva do trabalho.
In this article, we aim to report on and analyze the relationship between health and work of small farmers of the Landless Workers Movement (MST). So far as the methodology is concerned, we used participatory research and the basics of popular education. The study allowed for an understanding of health and work based on the workers' narratives, stories relating to collective struggles against exclusion and violence in the countryside. Important aspects related to this population group as were discovered, such as, for example, the sense of conquest of land ownership, the conflicts arising from 'activism,' and the differences of gender and generations. From the reports that were provided, we also examined the accidents and risks related to work in the rural settlement, particularly exposure to pesticides. It was also found that solidarity and cooperation are important values, basic elements for new relations and a distinctive mode of social organization of collective.