OBJETIVO: Apresentar recomendações acerca do planejamento de capacitações em antropometria em âmbito local na Atenção Primária à Saúde, a fim de subsidiar a geração de informações nutricionais de boa qualidade e fortalecer a vigilância nutricional. MÉTODOS: Diante da ausência de documentos oficiais que normatizem periodicidade, metodologia, conteúdo e outros aspectos relevantes ao adequado planejamento e execução de capacitações em antropometria em âmbito local, as recomendações apresentadas são baseadas em experiências bem-sucedidas de um Laboratório de Antropometria com vocação para formação de recursos humanos, pertencente a uma instituição federal do Rio de Janeiro. RESULTADOS: Reciclagens periódicas devem integrar de forma permanente a agenda dos serviços de saúde, sendo desenvolvidas ao menos uma vez por semestre, em pequenos grupos. Os equipamentos antropométricos devem estar disponíveis em todos os momentos, e para uma capacitação abordando peso, estatura e perímetro da cintura, deve haver, no mínimo, 1 balança, 1 antropômetro e 2 fitas antropométricas para cada 6 participantes. Uma capacitação contemplando até 3 medidas corporais deve ter carga horária mínima de 4 horas, sendo metade direcionada para sensibilização, troca de experiências e revisão das técnicas, e o restante para treinamento, identificação e correção de erros, avaliação da qualidade das medidas e discussão dos resultados. Essas atividades devem se constituir em espaço de troca de experiências que favoreça o aperfeiçoamento das técnicas considerando o contexto de atuação e dificuldades enfrentadas pelos profissionais em sua rotina. Deve-se dar ênfase na prática supervisionada das medições, pois permitem identificar e corrigir erros, assim como avaliar a precisão e exatidão dos profissionais. CONCLUSÃO: O aperfeiçoamento e uniformização das capacitações em antropometria poderão favorecer o aprendizado e desenvolvimento do profissional, bem como garantir o alcance dos objetivos de promoção e vigilância em saúde do Sistema Único de Saúde.
OBJECTIVE: This study provides recommendations for planning anthropometry training in primary healthcare to improve nutrition information quality and strengthen nutrition surveillance. METHODS: Since there are no official documents establishing a periodicity, methodology, content and other relevant aspects for planning and performing local anthropometry training, this manuscript offers recommendations based on the successful experiences of an anthropometric laboratory skilled in training human resources. The laboratory belongs to a federal institution in Rio de Janeiro. RESULTS: Refresher courses should be included in the health service schedule and offered at least once per semester for small groups. Anthropometric devices should be available at all times. A training course involving weight, height and waist circumference measurements should contain at least 1 scale, 1 stadiometer and 2 anthropometric tapes for every 6 trainees. A course including 3 body measurements should last at least 4 hours, 2 dedicated to increasing awareness, exchange of experiences and reviewing techniques and 2 dedicated to training, error identification and correction, assessment of measurement quality and discussion of the results. These activities should constitute a space for the exchange of experiences that improve techniques, considering the context of the trainees' work and the difficulties they face daily at work. Emphasis should be given to supervised measurement collection, since it allows the identification and correction of errors and assessment of the trainees' precision and accuracy. CONCLUSION: Improvement and standardization of anthropometry training can promote learning and professional development, and ensure the accomplishment of the Unified Healthcare System's objectives, which are to promote and surveil health.