OBJETIVO: Testar reprodutibilidade e validade por grupos de alimentos de um questionário de frequência alimentar, desenvolvido para indivíduos adultos residentes no Sul do Brasil. MÉTODOS: Dois questionários de frequência alimentar e três inquéritos recordatórios de 24 horas foram aplicados a 128 participantes, com idade entre 20 e 69 anos. Os alimentos foram agrupados em 19 grupos previamente definidos. As análises foram realizadas com dados brutos e corrigidos pela energia. RESULTADOS: Apenas nas estimativas de ingestão dos grupos de folhosos e de leguminosas observaram-se diferenças estatisticamente significantes entre os dois questionários de frequência alimentar. Os coeficientes de correlação, corrigidos pela energia, entre os questionários variaram de 0,53 (embutidos e presuntos) a 0,85 (bebidas alcoólicas e leite e derivados light). Quanto à validade, ambos os questionários produziram tanto estimativas de ingestão mais altas como mais baixas do que a média dos inquéritos recordatórios de 24 horas. O coeficiente de correlação médio entre cada questionário e os inquéritos recordatórios de 24 horas foi de 0,39 para o questionário de frequência alimentar 1, e de 0,40 para o questionário de frequência alimentar 2. Os coeficientes de correlação foram iguais ou maiores que 0,40 para 9 grupos alimentares no questionário de frequência alimentar 1, e para 11 grupos no questionário de frequência alimentar 2. Os percentuais médios de classificação no mesmo terço, pelos dois métodos, foram 49% para o questionário de frequência alimentar 1, e 48% para o questionário de frequência alimentar 2. Os valores de Kappa ponderado variaram de -0,04 (bebidas não-alcoólicas) a 0,69 (leite e derivados light), considerando ambos os questionários. CONCLUSÃO: O questionário de frequência alimentar baseado em grupos de alimentos representa uma boa alternativa para avaliar o hábito alimentar, com a vantagem de ter uma lista reduzida de itens alimentares.
OBJECTIVE: To test reproducibility and validity of a food frequency questionnaire based in food groups developed for adults living in Southern Brazil. METHODS: Two food frequency questionnaire (food frequency questionnaire 1 and food frequency questionnaire 2) and three 24-hour dietary recalls (24h-R) were applied to 128 participants (20-69 years). The foods were grouped in 19 groups previously defined. Analyses were performed for crude data and adjusted for energy. RESULTS: Statistically significant differences in the estimates of intake between two food frequency questionnaire were observed for the group of leafy vegetables and legumes. The energy-adjusted correlation coefficients between questionnaires ranged from 0.53 (sausages and hams) to 0.85 (alcoholic beverages and low-fat dairy). As to the validity, both questionnaires showed higher and lower estimates of intake in relation to 24-hour dietary recalls. The mean correlation coefficient between each food frequency questionnaire and 24h-R was 0.39 (food frequency questionnaire 1) and 0.40 (food frequency questionnaire 2). The correlation coefficients were equal to or greater than 0.40 for nine food groups in the food frequency questionnaire 1 and for eleven food groups in the food frequency questionnaire 2. The average classification percentages in the same tertile, by the two methods, were 49% (food frequency questionnaire 1) and 48% (food frequency questionnaire 2). The weighted kappa values ranged from -0.04 (non-alcoholic beverages) to 0.69 (milk and light derived) for both food frequency questionnaire. CONCLUSION: This food frequency questionnaire based food group represents a good alternative for assessing the food habits, with the advantage of having a short list of food items.