OBJETIVO: Estudar a associação da obesidade com variáveis metabólicas, variáveis clínicas e sedentarismo, em adolescentes pós-púberes de escolas públicas de São Paulo. MÉTODOS: Estudo caso-controle com 128 adolescentes obesos (índice de massa corporal > percentil 95) e 151 adolescentes eutróficos (índice de massa corporal entre percentis 5 e 85). Foram realizados exame físico, avaliação bioquímica e de composição corporal. Foi aplicado questionário previamente testado, que gerou um escore de sedentarismo. Na análise estatística, foi realizada a análise de variância com testes de comparações múltiplas de Bonferroni e qui-quadrado (Pearson). O modelo logístico múltiplo foi utilizado para verificar as associações entre variáveis clínicas, variáveis metabólicas, escore de sedentarismo e estado nutricional. RESULTADOS Por meio da análise de variância, foi identificado um gradiente nos valores médios das variáveis metabólicas e clínicas com piora dessas variáveis em paralelo ao aumento do grau de sedentarismo, o que foi confirmado pelo teste qui-quadrado. Na análise bivariada de riscos para obesidade, os adolescentes obesos apresentaram maiores frequências de sedentarismo, de alterações nos níveis de lipoproteína de alta densidade e triglicérides, de hiperinsulinemia e homeostasis model assessment for insulin resistence alterado, e de pressão arterial alterada (p<0,05). O modelo logístico múltiplo mostrou associações entre obesidade e variáveis de sedentarismo (OR=2,23), lipoproteína de alta densidade reduzida (OR=3,05), pressão arterial alterada (OR=3,57), triglicerídeos aumentados (OR=4,13) e homeostasis model assessment for insulin resistence aumentado (OR=11,65). CONCLUSÃO: Sedentarismo, lipoproteína de alta densidade reduzida, hipertrigliceridemia, resistência insulínica e hipertensão estão fortemente associados com a obesidade em adolescentes. Estratégias para redução do peso corporal por meio de mudanças nos hábitos de vida devem fazer parte das políticas e programas de saúde pública, especialmente para essa faixa etária.
OBJECTIVE: This study investigated the association of obesity with metabolic and clinical variables and inactivity in post-pubertal adolescents attending public schools in São Paulo City. METHODS: This was a case-control study with 128 obese adolescents (body mass indices >the 95th percentile), and 151 normal weight adolescents (body mass indices between the 5th and 85th percentiles). Physical examination and biochemical and body composition assessments were done. A pretested questionnaire was administered, generating an inactivity score. Analysis of variance was performed with multiple comparison tests (Bonferroni and Pearson's chi-Square). A multiple regression model was used to ascertain the association among clinical variables, metabolic variables, inactivity score and nutritional status. RESULTS: Analysis of variance allowed the identification of a gradient of mean metabolic and clinical variables which worsened as activity decreased, confirmed by the chi-square test. In the bivariate analysis for obesity risk, obese adolescents were more frequently inactive, presented low high-density lipoprotein and high triglyceride levels, hyperinsulinemia, high homeostasis model assessment for insulin resistance, and high blood pressure (p<0.05). The multiple logistic model showed associations between obesity and inactivity (OR=2.23), low high-density lipoprotein levels (OR=3.05), high blood pressure (OR=3.57), high triglyceride levels (OR=4.13) and high homeostasis model assessment for insulin resistance (OR=11.65). CONCLUSION: Inactivity, low high-density lipoprotein, hypertriglyceridemia, insulin resistance and hypertension are strongly associated with obesity in adolescents. Strategies to reduce body weight by changing life habits should be part of public health programs and policies, especially for this age group.