Partindo de narrativas de mulheres de camadas médias, com alta escolaridade, profissionalizadas, "solteiras", sem filhos e que moram sozinhas, analiso noções gerais relacionadas à sociabilidade em sentido amplo, com especial ênfase à sexualidade e à amizade, e aos significados atribuídos à solidão, problematizando o valor social concedido ao par conjugal como símbolo de intimidade. À luz do ideário feminista de liberdade, igualdade, independência e autonomia, que ganhou força e se expandiu a partir dos anos 1960 nas "sociedades ocidentais modernas", as noções analisadas remetem a mudanças e permanências, revelando um cenário, ainda pouco explorado, das grandes cidades brasileiras.
Taking into account the narratives of highly educated and professionalized middle class childless women living alone, I analyze general notions related to sociability in a broader sense, with especial emphasis to sexuality and friendship, and also to the meanings attributed to loneliness, bringing into question the social value conceded to the couple as the symbol of intimacy. At the light of some feminist ideas of freedom, equality, independency and autonomy, strengthened and expanded from the 1960s on in the "modern western societies", the analyzed notions send us to changes and permanencies, revealing a yet unexplored scenario of Brazilian big cities.