Este artigo tem por objetivo analisar os efeitos da inflação sobre a acumulação de capital e o grau de utilização da capacidade produtiva no âmbito de um modelo pós-keynesiano de crescimento, no qual o investimento é uma função não linear (quadrática) da taxa de inflação. Nesse contexto, demonstra-se a existência de dois valores de equilíbrio de curto prazo para a taxa de inflação e o grau de utilização da capacidade produtiva. O primeiro equilíbrio é caracterizado pela existência de um baixo nível de utilização da capacidade produtiva e uma baixa taxa de inflação. No segundo equilíbrio, o grau de utilização da capacidade produtiva é alto, mas a inflação também é elevada. Esse resultado faz com que a condução da política de estabilização seja condicionada à posição de equilíbrio na qual a economia se encontra. A estabilidade do equilíbrio de longo prazo dependerá não só da posição de equilíbrio de curto prazo em que a economia se encontra (baixo ou alto) bem como da velocidade de resposta da política monetária a divergências entre a inflação efetiva e a meta de inflação definida pelo Banco Central e da velocidade de correção dos erros de previsão dos agentes econômicos quanto à taxa de inflação. Desse modo, como corolário desta conclusão, segue-se que não existe uma regra ótima de política econômica que possa ser aplicada independentemente do estado em que a economia se encontra.
The aim of this article is to analyze the effects of inflation on capital accumulation and on the degree of capacity utilization within the ambit of post Keynesian growth and distribution model in which investment is supposed to be a non-linear (quadratic) function of inflation rate. Within this framework we demonstrate the existence of two short-run equilibrium values for the inflation rate and the degree of capacity utilization. The first equilibrium is characterized by a low degree of capacity utilization and a low inflation rate. The other is characterized by a high degree of capacity utilization and a high inflation rate. These results imply that the conduction of economic stabilization policy is conditioned to the equilibrium position within economy operates. The stability of the long-run equilibrium of the economy at hand is conditional not only to the particular short-run equilibrium position (high or low), but also to the speed of response of monetary policy to divergences between actual and target inflation and to the speed of inflation expectation adjustment to expectational errors. As a corollary of these conclusions, follows that there is no such thing as an optimal economic policy rule that can be used independently of the state of the economy.