Na segunda metade do século XX, torna-se explícita a influência mundial dos Estados Unidos no âmbito esportivo. A disseminação de práticas que possuíam marcas culturais norte-americanas, como é o caso do surfe, não deve ser considerada, contudo, somente como resultado de uma imposição unilateral: há múltiplas apropriações locais que dizem muito sobre o contexto do receptor. Partindo dessa consideração, este artigo objetiva discutir a apreensão do surfe no Rio de Janeiro dos anos 1960. Buscamos debater como a modalidade foi operada como marcador de identidades a partir de vinculações a certas noções de juventude e estilo de vida.
In the second half of the twentieth century, the influence of the United States in the world sporting arena is explicit. The spreading of cultural practices showing North American traces, such as surfing, cannot however be considered only as the result of imposition: there are local appropriations that say much about the context of reception. Based on this consideration, this article aims to discuss the aprehention of surfing in Rio de Janeiro in the 1960s. It thus explores how this sport was taken as a marker of identity, based on its links to certain notions of youth and lifestyle.