Este trabalho tem como objetivo avaliar os impactos da expansão do consumo de cafés especiais no crescimento da competitividade inter-regional da atividade cafeeira e na distribuição funcional da renda. Os fluxos de bens e serviços contidos na Matriz de Contabilidade Social - MCS constituíram a base de dados para a construção do modelo aplicado de equilíbrio geral - MCEG. Um aumento de 1% no consumo mundial de café foi distribuído de forma diferenciada por região produtora: 30% para o Oeste Baiano, 25% para o Cerrado Mineiro, 25% para o Sul de Minas e 20% para a Zona da Mata Mineira. Os resultados indicam que a expansão da demanda internacional revela efeito positivo sobre as regiões produtoras com maior potencial de crescimento para a oferta de cafés especiais. O choque na demanda de café não foi acompanhado por choques de demanda em outros setores, o que provocou elevação nos preços dos fatores e, conseqüentemente, diminuição nos níveis do emprego dos fatores produtivos. A reestruturação espacial da atividade produtiva, para atender à demanda de nichos de mercados, apresenta-se, assim, potencialmente promissora para o produtor como forma de manutenção da competitividade do café brasileiro no mercado internacional.