O termo aliança terapêutica, de utilização cada vez mais frequente na literatura psicanalítica, muitas vezes é equiparado erroneamente à transferência positiva ou considerado o oposto da transferência negativa. Trata-se, porém, de um termo com importantes especificidades. Este estudo objetivou abordar aspectos teóricos da aliança terapêutica e discutir seu manejo no contexto da psicoterapia de orientação psicanalítica. Para tanto, envolveu uma revisão bibliográfica e uma discussão de vinheta clínica. A revisão bibliográfica subsidiou o entendimento da aliança terapêutica como uma relação de trabalho, influenciada tanto por elementos conscientes quanto por conteúdos inconscientes, que se estabelece entre paciente e psicoterapeuta em prol do processo psicoterapêutico. A partir da discussão de vinheta clínica, o papel da escuta empática, da atitude amistosa, da atividade clarificadora, da função sintética e da postura reflexiva do psicoterapeuta para promovê-la e sustentá-la são enfatizados.
The term "therapeutic alliance", employed more and more frequently in psychoanalytic literature, is usually compared, albeit erroneously, to positive transference or regarded as the opposite of negative transference. It is, however, a term with significant specificities. The present study aims to deal with theoretical aspects of the therapeutic alliance and to discuss its handling in the context of psychoanalytic psychotherapy. To this end, the present study involves a bibliographical review and a discussion of a clinical case. The bibliographical review supports the understanding of therapeutic alliance as a work relationship, influenced by both conscious elements and unconscious content, which is established between patient and psychotherapist in support of the psychotherapeutic process. The clinical case discussion emphasizes the role of the psychotherapist: comprehensive listening, friendly attitude,explanatory activity, synthetic function and reflexive posture to promote and sustain the therapeutic alliance.