Este artigo, elaborado a partir da concepção de patologias monetárias de Keynes, focaliza a dimensão psicológica das relações monetárias - o amor pelo dinheiro e o fazer dinheiro - e seus efeitos sobre o processo produtivo e o bem-estar social. Na tentativa de um embasamento analítico-teórico mais elaborado dessa concepção, além de nos basearmos no próprio Keynes, nos apoiamos na obra de Thorstein Veblen, buscando sugerir respostas tentativas a uma pergunta intrigante suscitada pelo ensaio "As possibilidades econômicas de nossos netos", publicado por Keynes em 1930: por que e como ocorreria a mudança de valores por ele antevista, fazendo com que as pessoas reconheçam o amor pelo dinheiro pelo o que ele realmente é - uma patologia - e se voltem para a verdadeira arte de viver?
This paper, which draws upon Keynes' conception of monetary pathologies, focuses on the psychological dimension of monetary relations - money-loving and money-making - and their impacts on the production process and social well-being. In an attempt to provide a more elaborated analytical and theoretical foundation to such conception, we also draw upon some of Veblen's writings, with a view to suggest some tentative answers to an intriguing question one may raise upon reading Keynes' 1930 essay "The economic possibilities for our grandchildren": why - and how - would come about a change of values such as the one envisaged by Keynes, which would lead people to assess the money-motive at its true value, as a pathology, and to devote major attention to the true art of good life?