OBJETIVO: Pesquisar como os especialistas da promoção de saúde e da agroecologia compreendem os conceitos dessas áreas de diretrizes comuns e como é concebida a relação entre tais conceitos. MÉTODOS: Pesquisa qualitativa. Foram realizadas entrevistas com 14 especialistas das duas áreas sobre relações entre sistema agroalimentar e saúde; conceitos de agroecologia e promoção da saúde; relevância da inserção da agroecologia nos cursos de formação de saúde pública e vice-versa. RESULTADOS: Existe pouco diálogo entre os campos de estudo que foram considerados afins, sendo a qualidade do alimento a principal interface entre as áreas. A agroecologia apareceu como um sistema de produção de alimentos saudáveis, mas o estudo mostrou outras relações: agroecologia e empowerment, fomento à autonomia e qualidade de vida e melhores condições socioeconômicas para o agricultor; agroecologia e saúde ambiental; agroecologia e participação social; agroecologia, territorialidade e resgate cultural; agroecologia, alimentos locais e baixo custo produtivo. Já a promoção de saúde foi essencialmente relacionada a práticas voltadas à manutenção de estilos de vida saudável. Os especialistas mostraram-se favoráveis à inserção de conhecimentos da área da saúde pública na agroecologia e vice-versa. CONCLUSÕES: A agroecologia e a promoção da saúde são áreas contributivas e complementares, cuja aproximação pode vir a enriquecer a discussão da saúde rural e a concepção das políticas públicas que se debruçam sobre essa temática, estimulando intervenções e práticas intersetoriais.
OBJECTIVE: Research how specialists in health promotion and agroecology understand the concepts in those areas of common guidelines and how the relationship between such concepts is conceived. METHODS. Qualitative research. Fourteen specialists in the two areas were interviewed about the relationship between the agrofood system and health, concepts of agroecology and health promotion, and the relevance of including agroecology in public health training courses and vice-versa. RESULTS: There is little dialogue between the fields of study that were considered similar, food quality being the main interface between the areas. agroecology appeared to be a system of healthy food production, but the study showed other connections: agroecology and empowerment, a spur to autonomy and quality of life, and better socioeconomic conditions for the farmer; agroecology and environmental health; agroecology and community involvement; agroecology, territoriality, and cultural rescue [translator's note: this is a term for measures taken to revitalize or preserve imperiled indigenous cultures]; and agroecology, local foods, and low costs of production. Health promotion already was linked in effect to practices oriented to healthy lifestyles. The specialists appeared favorable toward including knowledge about public health in agroecology and vice-versa. CONCLUSIONS: Agroecology and health promotion contribute to one another and are complementary, and bringing them closer together can lead to an enriched discussion about rural health and the concept of public policies that focus on this theme, thereby stimulating actions for improvement and intersectoral practices.