Desde o final da década de 40, quando a Organização Mundial da Saúde assumiu a responsabilidade pelas revisões decenais da Classificação de Causas de Morte, a Classificação passou a incorporar doenças e definições de uso em estatísticas vitais, resultando na Sexta Classificação Internacional de Doenças (CID-6). A mais recente revisão deste documento, a Classificação Estatística Internacional de Doenças e de Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), apresenta as mudanças mais significativas desde a CID-6, principalmente no que se refere à área materno-infantil. Entre as mudanças introduzidas pela CID-10 estão a inclusão do tétano obstétrico no capítulo sobre doenças infecciosas, o que facilitará o registro dessa causa de morte materna; a incorporação de novas definições, por exemplo, morte materna tardia; e a redefinição de período perinatal, que a partir da CID-10 começa na 22ª semana de gestação e termina sete dias completos depois do nascimento. O presente artigo pretende destacar essas mudanças e discutir suas conseqüências para a apresentação e interpretação de indicadores utilizados na avaliação da saúde materno-infantil.
Since the end of the 1940s, when the World Health Organization assumed responsibility for the decennial revisions of the Classification of Causes of Death, the Classification came to include diseases and definitions of use in vital statistics, resulting in the Sixth International Classification of Diseases (ICD-6). The most recent revision of this work, the International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems (ICD-10), is more significantly different than any revision since ICD-6, especially in the area of maternal and child health. Among the changes introduced in ICD-10 are the inclusion of obstetrical tetanus in the chapter on infectious diseases, which will facilitate the recording of this cause of maternal death; the incorporation of new definitions, such as late maternal death; and the redefinition of the perinatal period, which ICD-10 defines as starting at 22 completed weeks of gestation and ending 7 completed days after birth. This article seeks to highlight these changes and to discuss their consequences for the presentation and interpretation of indicators used in the evaluation of maternal and child health.