O presente estudo teve como objetivo verificar se o tabagismo atual está associado à inserção no mercado de trabalho, após ajuste por escolaridade, renda e saúde em homens e mulheres; objetivou, também, discutir hipóteses explicativas. Foram estudados indivíduos de 15 a 64 anos, residentes em regiões metropolitanas brasileiras, pertencentes à população economicamente ativa, incluídos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2008). Razão de prevalência (RP) e intervalo de 95% de confiança (IC95%) foram obtidos pela regressão de Poisson. Após ajustes, o tabagismo foi estatisticamente maior em indivíduos inseridos no trabalho sem proteção social (homens, RP = 1,31, IC95%: 1,24-1,38; mulheres, RP = 1,22, IC95%: 1,12-1,31) e desempregados (homens, RP = 1,31, IC95%: 1,18-1,44; mulheres, RP = 1,16, IC95%: 1,03-1,32). Prevalências mais altas de tabagismo foram observadas nos homens inseridos no trabalho sem proteção social. Nossos resultados confirmam que a situação no mercado de trabalho é uma dimensão independente das desigualdades sociais no tabagismo. O gradiente social observado foi mais acentuado nos homens, mas a associação entre inserção no trabalho e tabagismo está presente nos dois gêneros.
This study investigated whether men's and women's work status is associated with current smoking, after adjusting for schooling, income, and health, besides discussing hypotheses for such associations. The sample included individuals 15 to 64 years of age living in metropolitan areas, currently in the work force, and interviewed in the Brazilian National Household Sample Survey (PNAD) in 2008. Prevalence ratios (PR) and 95% confidence intervals (95%CI) were obtained by Poisson regression. After adjusting, smoking prevalence was statistically higher in individuals with informal jobs (men, PR = 1.31, 95%CI: 1.24-1.38; women, PR = 1.22, 95%CI: 1.12-1.31) or who were unemployed (men, PR = 1.31, 95%CI: 1.18-1.44; women, PR = 1.16, 95%CI: 1.03-1.32). Our results confirm that work status is an independent dimension of social inequalities in smoking. The social gradient was steeper in men, but the association between work status and smoking was present in both genders