Este trabalho apresenta o perfil das tentativas de suicídio atendidas pelo Centro de Controle de Intoxicações da cidade de Londrina, Paraná, Brasil. Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos atendidos entre 1997-2007. As tentativas de suicídio foram significativas entre homens desempregados e mulheres donas-de-casa/aposentadas, e houve associação com outras substâncias em 51,5% dos casos, sendo a freqüência maior entre os homens. 51,1% dos homens associaram o medicamento com bebida alcoólica, e entre as mulheres, 84,8% das associações se referiram a medicamentos. Os grupos farmacológicos de maior freqüência foram os tranqüilizantes (25,5%), antidepressivos (17%), anticonvulsivos (15%) e AINES (11,9%), respectivamente. Os prescritores devem avaliar corretamente o paciente antes de receitar psicofármacos, uma vez que esse é o grupo farmacológico mais freqüente nas tentativas de suicídio. Campanhas de conscientização para o uso racional de medicamentos, juntamente com programas sociais de atendimento ao paciente suicida, também poderiam contribuir na diminuição da freqüência desses casos.
This study presents the profile of suicide attempts using intentional overdose with medicines, treated at the Poison Control Center in Londrina, Paraná State, Brazil. A retrospective study of cases treated from 1997 to 2007 was performed. Suicide attempts were significant among unemployed men, housewives, and retired women, and there was an association with other substances in 51.5% of the cases, with a higher frequency among men. 51.1% of the men combined the medicine with an alcoholic beverage, while in women, 84.8% of the associations involved other medicines. The most frequent pharmacological groups were tranquilizers (25.5%), antidepressants (17%), anticonvulsants (15%), and NSAIDs (11.9%). Prescribers must evaluate patients correctly before prescribing psychoactive drugs, since this is the pharmacological group most frequently associated with suicide attempts. Awareness-raising campaigns for rational use of medicines and social programs for suicidal patients should also help decrease the frequency of such cases.