Objetivou-se descrever e avaliar a influência da renda sobre a participação da alimentação fora do domicílio no Brasil. Utilizaram-se dados coletados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada em 2002/2003 (POF 2002/2003), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Analisaram-se os registros dos gastos com aquisições de alimentos e bebidas consumidos fora do domicílio. A associação entre a participação da alimentação fora do domicílio e a renda, ajustada para atributos sócio-demográficos, foi estudada por meio de modelos de regressão utilizados para estimação de coeficientes de elasticidade-renda. A alimentação fora do domicílio representou 21% do total dos gastos com alimentação; destaque-se que o incremento de 10% na renda aumentaria em 3% a participação da alimentação fora do domicílio. O efeito da renda sobre a participação da alimentação fora, ainda que sempre positivo, diminui conforme elevação da renda, sendo alto nos domicílios com renda inferior a R$68,70 per capita/mês. Há influência da renda nos gastos com alimentação fora do domicílio, assim a evolução favorável da renda resultará em aumento dessa forma de se alimentar.
This study describes and evaluates the influence of income on the percentage of food expenditures away from home for Brazilian families. Food acquisition data from the National Household Budget Survey conducted from 2002 to 2003 (POF 2002/2003) by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) or National Census Bureau was used in the analysis. Information on food-and-drink expenditures away from home was analyzed. The influence of income on the share of food purchased away from home in the household budget, adjusted for socio-demographic variables, was analyzed through elasticity coefficients estimated in multiple linear regression. Food purchased away from home accounted for 21% of total food expenditures by Brazilian households. A 10% increase in income increased the share of food purchased away from home by 3%. Income elasticity was high, especially for the lowest income families. The results demonstrate an important influence of income on food expenditures away from home, and higher income is associated with a greater share of food purchased away from home.