Analisou-se os acidentes com corpo estranho entre menores de 15 anos, residentes em Londrina, Paraná, Brasil, atendidos em serviços de emergência/internação ou que morreram por estas causas, em 2001. Os dados foram obtidos nos hospitais gerais e no Núcleo de Informação em Mortalidade do município. Foram estudadas 434 crianças vítimas de acidentes com corpo estranho, revelando uma taxa de internação de 3,7% e uma taxa de óbito de 0,7%. Houve predomínio do sexo masculino (53,7%) e o maior coeficiente foi na faixa etária de 1 a 3 anos (7,2 por mil crianças). A penetração de corpo estranho em orifício natural (olho, fossas nasais e conduto auditivo) representou 94%, a inalação/ingestão de alimentos ocorreu em 2,8%, a inalação/ingestão de objetos em 2,5% e a inalação de conteúdo gástrico em 0,7% dos casos, sendo responsável por todos os óbitos. A presente investigação pode contribuir no sentido de permitir aos planejadores analisar tendências, priorizar ações que contemplem a prevenção e atenção às vítimas desses eventos e desenvolver estratégias para a reestruturação dos serviços a fim de tornar mais eficiente o gerenciamento dos recursos.
This study aims to analyze accidents involving foreign bodies among children less than 15 years of age residing in Londrina, Paraná State, Brazil, in terms of first aid, hospitalization, and death (2001). Data were obtained from general hospital records and the Municipal Mortality Database. A total of 434 accidents were analyzed, with a 3.7% hospitalization rate and 0.7% mortality. Boys predominated (53.7%), and the incidence rate was highest among children one to three years of age (7.2 per 1,000 children). Foreign body penetration in natural orifices (eyes, nostrils, and ears) accounted for 94%, inhalation/ingestion of food 2.8%, inhalation/ingestion of objects 2.5%, and aspiration of gastric contents 0.7%, and these causes accounted for all the deaths. The results contribute to epidemiological knowledge on such accidents and indicate the need to restructure health services in order to decentralize care for less complex injuries, besides emphasizing the need for preventive measures.