Considerando a utilização de bases administrativas na vigilância epidemiológica, propõe-se aqui avaliar a adequação do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) na identificação dos casos de doença hemolítica perinatal ocorridos no Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz (IFF/FIOCRUZ), entre 1998 e 2003. Foram analisadas informações disponibilizadas pelo Serviço Neonatal, pelo Arquivo Médico e os dados da Autorização de Internação Hospitalar (AIH) consolidados no SIH-SUS. A identificação dos casos de doença hemolítica perinatal se deu através dos campos Diagnóstico Primário, Diagnóstico Secundário e Procedimento Realizado. Nesse período, 194 neonatos foram diagnosticados com doença hemolítica perinatal. No Arquivo Médico, 148 casos foram registrados, porém apenas 147 AIHs foram emitidas e 145 consolidadas no SIH-SUS. Entre essas, 84 AIHs arrolavam a doença hemolítica perinatal como Diagnóstico Primário; considerando também o Diagnóstico Secundário, mais 38 casos foram identificados; e nenhum caso adicional foi recuperado pelo Procedimento Realizado. Assim, o SIH-SUS identificou apenas 122 (62,9%) dos 194 neonatos com doença hemolítica perinatal assistidos no IFF/FIOCRUZ. Mesmo que ainda requerendo uma reavaliação em outros hospitais, a utilização do SIH-SUS no monitoramento da doença hemolítica perinatal não parece recomendável. Estudos ancilares são necessários quando do emprego de dados secundários nesse contexto.
This study aimed to evaluate the adequacy of the Hospital Information System of the National Unified Health System (SIH-SUS) in identifying cases of RhD hemolytic disease of the newborn (HDN) at the Fernandes Figueira Institute (IFF/FIOCRUZ) from 1998 to 2003. Neonatal records, data from the Medical Archives, and AIH (Hospital Admissions Authorization Form) data consolidated in the SIH-SUS were analyzed. Cases were identified according to the following fields: principal diagnosis, secondary diagnosis, and procedure performed. During the period studied, 194 cases of HDN were diagnosed. The Medical Archives registered 148 newborns with HDN, however only 147 AIHs were issued and 145 consolidated in the SIH-SUS. Among these 145 cases, 84 cited HDN as the principal diagnosis, while secondary diagnosis identified 38 additional cases and the procedures performed failed to identify any further cases. Thus, the SIH-SUS identified only 122 (62.9%) of the 194 cases of HDN treated at the IFF/FIOCRUZ. Although it is necessary to evaluate other units, the SIH-SUS does not appear to be reliable for monitoring HDN. Additional studies are essential for employing secondary administrative data in the context of epidemiological surveillance.