O objetivo do trabalho foi estimar a prevalência de deficiência auditiva em crianças de hospital público de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, e investigar sua associação com fatores de risco descritos na literatura. O estudo transversal, retrospectivo, analisou 798 neonatos e lactentes, avaliados no Programa de Triagem Auditiva Neonatal Universal entre junho de 2002 e dezembro de 2003. Foram pesquisados os fatores de risco estabelecidos pelo Joint Committee on Infant Hearing em 1994, e por Azevedo em 1996, além da prematuridade. A prevalência de deficiência auditiva foi de 1,8% (15 casos). Foi realizada análise multivariada por regressão logística para verificação da associação entre fatores de risco e perda auditiva, que revelou associação estatisticamente significativa (valor p < 0,05) entre perda auditiva e: suspeita de surdez por parte dos familiares, hiperbilirrubinemia (exsangüíneo transfusão), medicação ototóxica, peso ao nascer menor que 1.500g. Confirma-se prevalência significativa de déficit auditivo em neonatos e lactentes; portanto, deve ser dada atenção aos fatores de risco que aumentam as chances de ocorrência do problema. Verifica-se a importância de programas de saúde auditiva que contemplem prevenção, diagnóstico precoce e intervenção.
The objective of this study was to estimate the prevalence of hearing impairment in children in a public hospital in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, and to investigate the association with risk factors described in the literature. This study was cross-sectional and retrospective and analyzed 798 newborns and infants evaluated in the Universal Neonatal Hearing Screening Program from June 2002 to December 2003. The risk factors established by the Joint Committee on Infant Hearing in 1994 and Azevedo in 1996 were studied, besides prematurity. Prevalence of hearing impairment was 1.8% (15 cases). A multivariate logistic regression analysis was used to verify associations between risk factors and hearing impairment, showing a significant statistical association (p < 0.05) between hearing loss and suspicion of hearing loss by relatives, hyperbilirubinemia (serum level requiring exchange transfusion), ototoxic drugs, and low birth weight. A significant prevalence of hearing impairment in neonates and infants was confirmed. Attention should thus be focused on risk factors for hearing impairment, using hearing programs that ensure prevention, early detection, and intervention.