O artigo discute pressupostos teórico-operacionais do campo Saúde do Trabalhador e os formulados pela Saúde Ocupacional. Refere-se às categorias teórico-conceituais que sustentam ambas as abordagens, visando a demonstrar as diferentes matrizes que as embasam e suas diferenças epistêmicas, considerando as formulações de Foucault relativas à Arqueologia. Justifica-se tal empreitada pela constatação de que a abordagem interdisciplinar que caracterizou as pesquisas em Saúde do Trabalhador está sendo abandonada, ao lado da involução programática das ações de Saúde Pública em nível das políticas sociais, da fragilidade do movimento sindical e dos equívocos conceituais observados no Relatório Final da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador realizada em novembro de 2005 e convocada pelos Ministérios da Previdência Social, da Saúde e do Trabalho e Emprego. Tal evento representou o resultado das Conferências de Saúde do Trabalhador realizadas nos Estados e municípios, que mobilizaram cerca de 100 mil militantes pelo Brasil, representados pelos delegados a 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador.
This article discusses the underlying theoretical and operational premises in the fields of workers' health and occupational health, highlighting their respective frameworks and epistemological differences, based on Foucaultian archeology. The theme is particularly relevant, due to: the apparently limited attention to interdisciplinary research approaches in workers' health; various setbacks in public health measures at the social policy level; related weaknesses in the Brazilian trade union movement; and the conceptual misinterpretations drafted into the final report of the 3rd National Workers' Health Conference in November, 2005, convened by the Ministries of Social Security, Health, and Labor. The event resulted from the Workers' Health Conferences held in various States and Municipalities, mobilizing some 100,000 activists throughout Brazil and electing the delegates to the 3rd National Conference.