O objetivo deste estudo era estimar a prevalência de incapacidade funcional e seus fatores associados. Foi realizado um estudo transversal de base populacional (censo) com 352 pessoas com idade maior ou igual 60 anos do Município de Guatambu, Santa Catarina, Brasil. Entrevistas foram realizadas pelos agentes de saúde. A incapacidade funcional foi medida usando-se o índice de Barthel. A análise dos dados utilizou regressão de Poisson. A prevalência de algum tipo de incapacidade funcional (leve, moderada, grave ou total) foi igual a 30,5% (IC95%: 25,6-35,2). A incapacidade funcional foi maior (p < 0,05) nos analfabetos quando comparados aos com escolaridade mais elevada (RP = 2,21; IC95%: 1,02-4,79); nas pessoas com qualidade de vida baixa comparadas às com alta (RP = 1,83; IC95%: 1,13-2,97); nas pessoas com saúde referida ruim/moderada comparadas às com saúde boa/muito boa/ótima (RP = 1,73; IC95%: 1,11-2,69); nas pessoas aposentadas comparadas às que ainda trabalhavam (RP = 2,12; IC95%: 1,19-3,78) bem como nas pessoas com maior número de morbidades e seqüelas associadas. O estudo sugere que a capacidade funcional depende da interação de fatores multidimensionais incluindo a saúde física, independência na vida diária, aspectos econômicos e psicossociais.
The aim of this study was to estimate the prevalence of functional incapacity and associated factors. A cross-sectional population-based study included 352 elderly subjects (> 60 years) in a small Brazilian town. Community-based health workers conducted structured interviews. Functional incapacity was measured by the Barthel index. Data analysis used Poisson regression to estimate crude and adjusted prevalence ratios (PR) and the respective 95% confidence intervals (95%CI). Prevalence of any kind of functional incapacity (mild, moderate, severe, or total) was 30.5% (95%CI: 25.6-35.2). Functional incapacity was higher (p < 0.05) in illiterates compared to those with > 5 years of schooling (PR = 2.21; 95%CI: 1.02-4.79); in people with low versus high quality of life (PR = 1.83; 95%CI: 1.13-2.97); in those with poor versus good self-rated health (PR = 1.73; 95%CI: 1.11-2.69); and in retired individuals compared to those working regularly (PR = 2.12; 95%CI: 1.19-3.78). Our results suggest that functional capacity involves interaction among multidimensional factors including self-reported health, independent daily life, and psychosocial and socioeconomic factors.