Capital social é definido como as características da organização social, tais como confiança interpessoal, normas de reciprocidade e redes solidárias, que capacitam os participantes a agir coletivamente e mais eficientemente, na busca de objetivos e metas comuns. Um número crescente de pesquisas, em sua maioria produzidas em países industrializados, sugere que sociedades com altos níveis de capital social possuem taxas mais baixas de mortalidade, maior expectativa de vida, são menos violentas e avaliam melhor a sua saúde. O principal objetivo deste artigo é revisar a relação entre capital social e saúde. Primeiramente, capital social é conceituado e as críticas que têm sido feitas quanto ao seu uso são discutidas. Em seguida, são apresentados os principais instrumentos de aferição adotados. Logo após é descrito o relacionamento entre capital social e saúde e, por último, considerações são feitas quanto ao seu uso na realidade brasileira. Capital social, se utilizado com maior rigor e atenção às dificuldades teórico-metodológicas que apresenta, pode ampliar a agenda de pesquisa em epidemiologia, contribuindo para um melhor entendimento de como enfrentar efetivamente as desigualdades em saúde.
Social capital refers to those features of social organization that enable participants to act together and more effectively pursue common goals. A growing body of evidence suggests that societies with high levels of social capital have lower morbidity and mortality rates and higher life expectancy and are less violent. The main goal of this article is to review the relationship between social capital and health. First, the main concepts and criticisms of social capital theory are discussed. Next, commonly used assessment tools are elucidated. Then, the relationship between social capital and health is analyzed. Finally, the article comments on the theory's application to Brazilian reality. If scientific rigor is applied to social capital research, recognizing theoretical and methodological difficulties, it can expand the research agenda and contribute to a better understanding of how to effectively deal with health inequalities.