O objetivo deste estudo é analisar a distribuição espacial da mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Município do Rio de Janeiro, Brasil. Foram analisados dados sobre mortalidade por infarto agudo do miocárdio ocorrido em 2000, por meio do Sistema de Informação de Mortalidade. Utilizou-se o modelo bayesiano empírico de suavização a fim de minimizar a variabilidade aleatória dos coeficientes de mortalidade associada ao tamanho das unidades geográficas de análise. A distribuição dos óbitos por infarto agudo do miocárdio na cidade é heterogênea e obedece a um padrão espacial associado a um forte gradiente social. O padrão de sub-risco de mortalidade por infarto agudo do miocárdio observado na Zona Oeste não condiz com o perfil de desigualdade social e de acesso aos serviços de saúde observado na área. Acredita-se que o risco de morrer por infarto agudo do miocárdio foi subestimado em função da alta proporção de óbitos por causa mal definida na área. O padrão espacial de mortalidade apresentou uma concentração do risco de morrer de infarto nas áreas mais pobres da cidade. As diversas unidades de saúde apresentam áreas de influência para o atendimento ao infarto agudo do miocárdio.
The study analyzes the spatial distribution of mortality from acute myocardial infarction (AMI) in Rio de Janeiro, Brazil. Data from the Mortality Information System refers to the year 2000. Empirical Bayes smoothing technique was used to minimize random variation in mortality coefficients due to the population size in the geographic analytical units. Spatial distribution of AMI mortality in the city of Rio de Janeiro is heterogeneous and displays a pattern associated with a strong socioeconomic gradient. The decreased AMI risk in the West Side of the city fails to reflect the social inequality and limited access to healthcare services observed there. A more likely hypothesis is that the risk of AMI death was underestimated in the West Side, due to the high proportion of ill-defined causes of death in that region. In the rest of the city, the spatial pattern of AMI mortality showed higher values in poorer areas. The various hospitals treating AMI also show a clear pattern in their areas of influence.