Trata-se de um estudo de recepção de mensagens por trabalhadores da construção civil. Utilizamos como mediação os materiais educativos (cartazes, folders e cartilhas) produzidos pelo Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho e Emprego. Realizamos dois grupos focais, em dois canteiros de obra no Município do Rio de Janeiro, Brasil, para a análise de quatro materiais educativos; utilizamos análise temática. Apresentamos o ponto de vista dos trabalhadores sobre os temas discutidos nos impressos, classificados em dois núcleos de sentidos: saúde e controle social. Discutimos que os trabalhadores apresentam uma visão ampliada de saúde à medida que inclui os determinantes sociais ao processo saúde-doença. Identificamos a pouca participação dos trabalhadores nas ações de fiscalização dos processos de trabalho, e o desconhecimento das ações de saúde do trabalhador desenvolvidas pelo Ministério da Saúde. Concluímos que a análise de materiais educativos por seus destinatários, representa um lugar privilegiado de negociação de sentidos e de apreensão dos modos de viver de grupos específicos. Sugerimos a realização de atividades educativas que utilizem os impressos como mediação para motivar a problematização do processo saúde-doença.
This study focuses on the reactions of construction workers to educational materials (posters, folders, and leaflets) produced by the Brazilian Ministries of Health and Labor. The authors conducted two focal groups at construction sites in the city of Rio de Janeiro to analyze four educational materials, employing thematic analysis. The article presents the workers' perspective on the themes discussed in the leaflets, classified in two groups of meaning: health and social control. They go on to discuss how workers' display an expanded vision of health to the extent that it includes social determinants of the health-disease process. The study identified the workers' limited participation in work-process surveillance activities and their lack of knowledge concerning workers' health measures adopted by the Ministry of Health. The authors conclude that the analysis of educational materials by their target public represents a privileged place for negotiating meanings and grasping ways of life in specific groups. They suggest educational activities using leaflets as a means to motivate critical analysis of the health-disease process.