O trabalho se propõe a analisar repercussões etnopolíticas, éticas e sanitárias nas práticas das organizações indígenas, conveniadas com o Ministério da Saúde, ligadas ao processo de implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) no Estado do Amazonas, Brasil. Os DSEI escolhidos para análise foram o de Manaus e do Rio Negro. As informações trabalhadas são retiradas de relatórios de encontros, reuniões de planejamento e de gestão das convenentes indígenas, da observação participante em eventos de avaliação do processo de distritalização e entrevistas com gerentes indígenas e não indígenas dos DSEI. É discutida a ambigüidade das organizações indígenas de ter que exercer o seu papel político e ao mesmo tempo de executoras de uma política do Estado, assumindo como uma forma de superação do estigma de incapacidade de estar à frente do processo de implantação dos DSEI.
This study aims to analyze the ethno-political, ethical, and health repercussions, for indigenous peoples' organizations involved in agreements with the Ministry of Health, resulting from the implementation of Special Indigenous Health Districts (DSEI) in the State of Amazonas, Brazil. The DSEIs chosen for analysis were those of Manaus and Rio Negro. Data were collected from reports drafted during and after planning and other meetings of the respective indigenous peoples' organizations, participatory observation in events organized to evaluate the health district apportionment process, and interviews with indigenous and non-indigenous managers of DSEIs. The article discusses the ambiguity of indigenous peoples' organizations in having to exercise their own political role while implementing a state policy, assumed as a way to overcome the stigma of their presumed inability to head the process of implementing a DSEI.