Baixo peso ao nascer, fator de risco recentemente descrito para as doenças cardiovasculares, está associado com mortalidade infantil elevada. Foram comparadas as taxas de mortalidade por infarto agudo do miocárdio no ano 2000, registradas nas regiões Nordeste e Sul do Brasil, com os coeficientes de mortalidade infantil entre os anos 1930/1950. Entre os anos 1930/1950, o Nordeste apresentava um coeficiente médio de mortalidade infantil de 185 por mil nascidos vivos, e a Região Sul, 116 por mil nascidos vivos. Observou-se uma maior mortalidade por infarto agudo do miocárdio na Região Sul (coeficientes ajustados de 60,8 e 41,2 vs. 26,4 e 19,2 por 100 mil habitantes, respectivamente para o sexo masculino e feminino). A desigualdade entre as taxas de mortalidade infantil no Nordeste e Sul no período estudado, ao lado de que o fenômeno da redução da mortalidade infantil não ter representado melhorias importantes das condições de vida, impediu a avaliação do impacto do baixo peso ao nascer sobre as taxas de mortalidade por infarto agudo do miocárdio na vida adulta.
Low birth weight is a risk factor for cardiovascular diseases, which constitute the main causes of death both in Brazil and worldwide. High infant mortality rates are associated with low birth weight. The aim of this study was to compare mortality from acute myocardial infarction in 2000 in the Northeast and South of Brazil, regions with different infant mortality rates from 1930 to 1950. Mortality from acute myocardial infarction was higher in southern Brazil, with an adjusted coefficient per 100,000 of 60.8 in males and 41.2 in females (South) versus 26.4 in males and 19.2 in females (Northeast). Similar results were found for lung cancer: 22.8 in males and 8.9 in females (South) versus 5.3 in males and 2.8 in females (Northeast). The persistence of different socioeconomic conditions and infant mortality rates between the two regions and the fact that the phenomenon of infant mortality reduction in Brazil has not been translated into important improvements in quality of life impeded an evaluation of the impact of low birth weight on mortality from acute myocardial infarction in this study.