Este artigo apresenta a experiência de organização de um serviço de saúde em atenção primária, o Centro de Saúde-Escola Barra Funda na cidade de São Paulo, que privilegiou o acesso dentro dos princípios da eqüidade e da discriminação positiva, criando condições de incorporar alguns segmentos que vivem na área central da cidade de São Paulo. São eles, os moradores de rua, as trabalhadoras do sexo e a população que habita em favelas. Promove, desse modo, uma reflexão acerca das variadas formas de vida social encontradas em áreas centrais de centros urbanos, em particular aquelas que vivem à margem dos processos de inclusão e sofrem graus acentuados de vulnerabilidade e marginalidade no acesso a bens e serviços. Também aponta para a possibilidade de se implementar políticas de saúde que promovam intervenções eficazes junto a segmentos sociais normalmente excluídos dos serviços de saúde, efetivando dessa forma o princípio da universalização.
This article reports on a primary health care and training center in São Paulo, Brazil, and the organization of its activities based on equity and positive discrimination. Operating in the city center of São Paulo, the policy aims to provide health services access to certain target groups (homeless, sex workers, and slum-dwellers). It also raises discussion on the various forms of social life found in downtown areas, mainly those of vulnerable groups lacking access to public goods and services. The experience demonstrates the feasibility of implementing health policies based on universal access.