No Brasil, trabalhadores sem vínculo formal de trabalho representam mais da metade da força de trabalho, cuja maioria é composta por mulheres. Neste estudo, estima-se a incidência anual de acidentes ocupacionais não fatais, e a sua distribuição por gênero e tipo de contrato de trabalho, em uma área urbana do Brasil. Dados provêm de um inquérito de base comunitária conduzido com uma amostra aleatória dos habitantes de Salvador, capital do Estado da Bahia. A população deste estudo compreende o total de pessoas entre 18 e 65 anos que referiram trabalho remunerado (n = 2.947). A coleta de dados baseada em entrevistas domiciliares individuais. A incidência anual de acidentes foi estimada em 5,80%, discretamente maior entre os homens (6,05%) do que entre as mulheres (5,53%), ou entre trabalhadores sem contrato formal de trabalho (5,92%) do que no grupo de comparação (5,67%), diferenças não estatisticamente significantes. A semelhança entre as freqüências de acidentes de trabalho entre mulheres e homens independentemente do tipo de contrato de trabalho apontam para a necessidade de maior atenção a estes eventos no sexo feminino, e entre os trabalhadores informais, amplamente ignorados nas estatísticas oficiais do país.
In Brazil, workers without a formal job contract comprise more than half of the labor force, a contingent formed mainly by women. This study presents estimates of the annual incidence of non-fatal work-related injuries and their distribution by gender and type of job contract in an urban area of Brazil. This was a community-based study with a random cluster area sample of the inhabitants from the city of Salvador, capital of the State of Bahia. The study population included all individuals from 18 to 65 years of age who reported having a paid job (n = 2,947). Data were obtained through individual household interviews. The overall estimated annual incidence rate was 5.80%, with a non-statistically significant difference between men (6.05%) and women (5.53%) or workers with (5.67%) and without (5.92%) a formal job contract. These similarities between work-related accidents across gender and type of job contract highlighted the need for greater attention to this problem among women and informal workers, who are largely ignored in official statistics.