O autor apresenta um ensaio, uma abordagem histórica das representações sociais de saúde e doença nos moldes de uma história cultural, que incorpora alguns aportes da história das mentalidades da escola francesa dos "Annales". Trata-se de uma abordagem que busca a "longue durée", o tempo longo da história onde as permanências são mais evidentes que as mudanças. Em uma introdução é feita uma argumentação sobre a procedência do enfoque escolhido e, num momento seguinte, o texto persegue a caracterização das representações de saúde e doença. Nesta perspectiva resistem vestígios imemoriais, elementos por vezes inconscientes que constituem as mentalidades, conformando uma história vaga, borrada, lenta, impregnada de permanências de origem remota onde se interpenetram a ciência da História, a Antropologia e a Psicologia.
This essay presents a historical approach to social representations of health and disease. It follows propositions from the trend of New History, focusing on cultural permanence over long periods of time rather than change. First, the cogency of the model is discussed. Then, a history of representations concerning health and disease is carried out. We perceive that there is a persistence of representations that coexist ambiguous in the indiviudals' minds. Topics like guilt, fear, stressing threats, and decay of the human body have always been part of attitudes regarding disease, in social representations of health and disease.