Este trabalho resume um debate metodológico em processo na Escola Nacional de Saúde Pública, Brasil, sobre as duas formas de abordagem mais correntes nas investigações da área de saúde: o método quantitativo e o método qualitativo. Os autores - uma antropóloga sanitarista e um bioestatístico - demonstram, com argumentações teóricas e práticas, que esses métodos são de natureza diferenciada, mas se complementam na compreensão da realidade social. Num mundo onde o que distingue o ser humano é a linguagem comunicativa, o acento deste debate recai sobre a possibilidade, o significado e os limites da linguagem matemática e da linguagem de uso comum na experiência cotidiana.
This paper summarizes a methodological debate underway at the Brazilian National School of Public Health concerning the two major approaches for investigations in the field of health: the quantitative and qualitative methods. The authors - a public health anthropologist and a biostatistician - used theoretical and practical arguments to demonstrate that these methods are differentiated in nature, but that they complement each other in the understanding of social reality. In a world where human beings are distinguished by communicative language, this debate focuses on the possibility, meaning, and limits of both mathematical language and the language commonly used in everyday life.