Este artigo tem como objetivo avaliar criticamente o paradigma ainda dominante na análise das políticas de saúde, no interior da produção acadêmica do campo da saúde coletiva. Nesse sentido, parte-se da recuperação do debate em torno da chamada crise dos modelos clássicos nas ciências sociais. Este debate, inspirado em diversas revisões e críticas dos esquemas teóricos consagrados na sociologia, é responsável tanto pelo alargamento dos esquemas explicativos quanto pela diversificação das questões e objetos de investigação. Assim, torna-se fundamental, nessa discussão, atentar para os limites do alcance explicativo dos modelos teóricos excessivamente generalizantes e, por outro lado, dar maior ênfase ao processo de formação e de ação de sujeitos e atores coletivos, em detrimento de abordagens estruturalizantes. O que se pretende, então, é mostrar a importância desse debate e seus possíveis e necessários desdobramentos para a produção acadêmica na área das políticas sociais e de saúde.
This paper seeks to critically evaluate the paradigm that is still prevalent in the analysis of Health Policies within the academic production in the field of public health. In this sense, it starts from resuming the debate about the so-called crisis of the classic models in Social Sciences. This debate, influenced by several reviews of and criticisms to well-known theoretical schemes in sociology, accounts for both the enlargement of explanatory models and for the diversification of investigation issues and objects. It is therefore fundamental to consider the limits of the explanatory power of too generalizing theoretical models and, on the other hand, to give emphasis to the formation and action of collective subjects and actors, neglecting structuralizing approaches. This paper aims at showing the importance of this debate and its possible and necessary contributions for the academic production in the field of Social and Health Policies.