A curta vida-de-prateleira da nêspera (Eryobotria japonica Lindl.) é um dos fatores que encarecem o preço final deste fruto constituindo um obstáculo para o aumento da sua produção e popularização de seu consumo. Neste contexto, o investimento em estratégias de armazenamento representa uma contribuição para a cadeia de produção da nêspera. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar uma alternativa de baixo custo para a extensão do tempo de armazenamento deste fruto. Nêsperas da cultivar Precoce de Itaquera, maduras, foram acondicionadas em bandejas de poliestireno teraftalato e embaladas com filme de polivinilcloreto de 14 µm de espessura. Os frutos foram armazenados em diferentes temperaturas (18 e 6 °C) na presença e ausência de sachês de permanganato de potássio para remoção do etileno. Durante o armazenamento, os frutos foram periodicamente analisados quanto à produção de etileno e à respiração. Os frutos amostrados para análises posteriores foram descascados e a polpa congelada. Os frutos foram também monitorados quanto à perda de massa fresca e analisados os teores de glicose, frutose, sacarose e sorbitol por HPAEC-PAD. Os teores de etileno nos grupos armazenados na presença dos sachês foram significativamente menores em comparação aos demais grupos, independente da temperatura de armazenamento. A respiração mostrou dependência da temperatura, sendo menor nos frutos armazenados a 6 °C, independente da presença dos sachês. Os teores de açúcares solúveis apresentaram flutuações durante o armazenamento a baixa temperatura, mas sem alterações significativas em relação aos teores iniciais, com exceção do sorbitol que aumentou. Os efeitos do armazenamento à baixa temperatura, combinados com a presença de sachês absorvedores de etileno, sobre a respiração e os teores de etileno podem ser apontados como relevantes para o aumento na vida-de-prateleira das nêsperas, sem alterações nos níveis de açúcares solúveis, fundamentais para o desenvolvimento do sabor do fruto. A combinação da embalagem com baixas temperaturas e a presença de sachês absorvedores de etileno pode constituir uma estratégia viável para o armazenamento da nêspera, estendendo significativamente a pós-colheita.
The short shelf-life of loquat (Eryobotria japonica Lindl.) fruit is one of the factors that results in the final price of this fruit hindering the increase of its production and popularization. The investment in storage strategies represents a contribution for the loquat market. The aim of this work is to present a low cost alternative to extend the storage time for this fruit. Mature loquat fruit (Eryobotria japonica Lindl.) cv Precoce de Itaquera were conditioned in trays of polystyrene terephthalate and wrapped with 14 µm polyvinyl chloride film. The fruits were stored at different temperatures (18 and 6 °C) in the presence or absence of potassium permanganate sachets for ethylene removal. During the storage time, the fruit was periodically analyzed for ethylene production and respiration. Afterwards, it was peeled and the endocarp frozen after removing the seeds. The fruit was monitored for loss of fresh weight and the glucose, fructose, sucrose and sorbitol content were analyzed by HPAEC-PAD during the storage period. The ethylene production in the groups stored in the presence of sachets was significantly smaller in comparison to the other groups, regardless of the storage temperature. Respiration showed dependence of the temperature, and was smaller in the fruit stored at 6 °C, regardless of the presence of sachets. The soluble sugar levels presented fluctuations during the storage period at a low temperature, but without significant alterations in relation to the initial content, except for the sorbitol that presented an increase. The effects of storage at a low temperature combined with the presence of ethylene absorbing sachets on respiration and ethylene levels can be pointed out as relevant in terms of increasing the shelf life of the loquat fruit, without alterations in the levels of soluble sugars, fundamental for the development of the flavor of the fruit. The combination of packing, low temperature and sachets for ethylene removal is a viable strategy to keep the loquat, significantly extending its short postharvest life.