A análise microbiológica dos mexilhões reflete a qualidade do habitat aquático, pois estes animais podem reter em seus organismos diversos patógenos, dentre os quais aqueles pertencentes à família Vibrionaceae. No presente estudo foi avaliada a presença de Vibrio spp. em mexilhões (in natura e pré-cozidos), comercializados na Estação Experimental de Cultivo de Mexilhões, situada em Jurujuba, Niterói, Rio de Janeiro. Foram avaliadas 86 amostras, tomando como procedimento, o enriquecimento em Água Peptonada Alcalina (APA) adicionada de 1 e 3% de NaCl, isolamento em Agar Tiossulfato Citrato Bile Sacarose (TCBS) e confirmação das colônias típicas por análise bioquímica. Dentre as 12 espécies de Vibrio identificadas destacaram-se como de maior prevalência as espécies Vibrio alginolyticus, V. cholerae não-O1, V. parahaemolyticus, V. carchariae e Vibrio vulnificus. A relevância epidemiológica destes patógenos associada a casos de gastrenterite humana após consumo de mexilhões crus ou parcialmente cozidos, reforça a importância de alertar as autoridades de Vigilância Sanitária sobre sua presença na cadeia alimentar e seus riscos para a Saúde Pública.
The microbiology analysis of mussels reflects the aquatic environment quality because these animals retain various pathogens such as Vibrionaceae family microorganisms in their organism. In the present investigation, we evaluated the presence of Vibrio spp. in mussels (in natura and precooked) commercialized at an Experimental Station Mussel Culture in Jurujuba, Niterói, Rio de Janeiro. A total of 86 samples were analyzed using the enrichment in Alkaline Peptone Water (APW) added to 1 and 3% of NaCl, isolated in Thiossulfate Citrate Bile Sucrose Agar (TCBS) and confirmed that there were suspect colonies by biochemical tests. The results showed the identification of 12 different Vibrio species whereby Vibrio alginolyticus, V. cholerae non-O1, V. parahaemolyticus, V. carchariae and V. vulnificus were the prevalent species. The epidemiological relevance of these pathogens associated with cases of human gastroenteritis after in natura or precooked mussels show the need to alert Sanitary Officials about their presence in the food chain and their risks to Public Health.