O conceito de segmentação de mercado constitui-se em uma forte ferramenta freqüentemente utilizada na tomada de decisão nas organizações. Neste artigo, busca-se analisar elementos nem sempre privilegiados quando se trata a segmentação de mercado como discurso hegemônico. A crítica aqui apresentada inspira-se no filme Desconstruindo Harry, de Woody Allen, o que permitirá compreender o exercício de desconstrução do conceito e da prática da segmentação de mercado com base no gênero e na etnia. Essa proposta ampara-se sobre o postulado de Derrida (1999) de que qualquer conceito, palavra ou significado léxico é passível de desconstrução e na hipótese de que o conceito de segmentação de mercado e sua prática encerram significados não revelados, guardando em si um conjunto de atores e vozes marginalizados.
Market segmentation is a powerful marketing tool frequently used to support decision-making in organizations. In this paper we aim at analyzing some elements not always evident when one deals with market segmentation as a hegemonic discourse. We base our analysis in Woody Allen's “Deconstructing Harry”, which allows the understanding of the deconstruction of market segmentation concept and practice based on gender and race. Such a purpose is supported by Derrida (1999) who tells us that every concept, word or lexical meaning is subject for deconstruction. Moreover, the hypothesis that both concept and practice of market segmentation hide unrevealed meanings, voices and social actors is central in our analysis.