Em contraposição à sugestão de somar as abordagens da análise ergonômica do trabalho (AET) e do projeto organizacional (PO), apoiada na tese da limitação de seus respectivos objetos, defendemos a tese de que estas disciplinas são concorrentes e disputam um mesmo campo da realidade - o da organização do trabalho como um todo. Em relação aos problemas teóricos e práticos postos pela organização do trabalho, a AET assume uma perspectiva própria no interior da produção (o ponto de vista da atividade - PVA), que consiste em priorizar a interatividade dos sujeitos produtores, situados em qualquer posição da estrutura organizacional, na realização cotidiana de suas tarefas e funções. Sabendo que todo trabalho é socialmente organizado, o PVA constitui uma lógica determinada de coordenação das inter-relações entre os sujeitos sociais enquanto trabalhadores, que elaboram suas próprias normas e quadros de ação e de cooperação. Através da lógica da ativida de é possível construir uma autonomia efetiva dos sujeitos sociais, que reelaboram permanentemente as regras formais dc organização do trabalho, criando uma organização real mais adequada às necessidades da produção concomitantemente com a regulação individual e intcrindividual da carga de trabalho.
Instead of joining both ergonomic work analysis (EWA) (from the French ergonomics view) and organisational design (OD) approaches, this paper argues that those disciplines are competing for the same object -the organisation of work (in a wider sense). Regarding both practical and theoretical problems emerged from the organisation of work, EWA developed the activity standpoint (AS). The AS looks for allocate priorities to the interrelations among producers performing their daily tasks. Producers, in turn, can be located at any point of the organisational structure. Accepting that work is socially organised, AS constitute a specific logic to help to co-ordinate relationships among social subjects (producers), who build their own norms, frames of action and co-operation criterion. The activity logic allows building a real autonomy of producers, who are continually re-inventing their formal rules of work organisation. This allows to be closer to the idea of an 'actual organisation' which seems to be more adequate to the technical demands of the productive system, individual inter-individual regulation of workload.