Este artigo é um estudo teórico que discute a pertinência de incorporar no escopo de um projeto de automação/informatização dos postos de trabalho o conceito de variabilidade. Neste sentido, ressalta a contribuição da ergonomia ao processo de introdução de novas tecnologias que, além de modificar a natureza do trabalho, a produtividade afeta, muitas vezes a saúde do trabalhador. A variabilidade do trabalho, decorrente da diferença entre a prescrição e a realidade, pode ser compreendida considerando: (a) as características do trabalhador, ressaltando a noção de variabilidade inter e intra individual, e (b) a organização do trabalho, onde destaca-se a variabilidade dos equipamentos/materiais e dos procedimentos. Ao considerar as variabilidades na concepção de um projeto ou na situação de inovação tecnológica, propicia-se uma melhoria das condições de trabalho, flexibilizando e reduzindo a polarização imposta pelo trabalho prescrito, cuja referência é, geralmente, um operário médio, bem treinado, que trabalha em um posto estável.
This theoretical paper discusses de appropriateness of including the concept of variability into projects of automating work stations. It underlines the contribution of ergonomics to the process of introducing new technologies, which not only modify the nature of the work but frequently the health of the worker as well. The variability of work, a consequence of the difference between prescribed norms and reality, may be understood based on (a) the characteristics of the worker, stressing the notion of inter- and intrapersonal variability, (b) the organization of the work process, stressing the variability of equipment, materials and procedures. By taking variability into account when elaborating a project or a situation of technological innovation, it renders favourable improvement in working conditions due to flexibility and reduction of impositions of prescribed work norms, which usually are based on a `mean' worker, well trained and working under stable conditions.