No Brasil, devido às mudanças nos perfis demográfico, epidemiológico e nutricional da população, as doenças infecciosas vêm cedendo lugar às crônicodegenerativas. Em face da grande heterogeneidade demográfica, social e econômica do país, são exigidas ações de saúde pública que sejam direcionadas às realidades locais. Com o objetivo de identificar os fatores associados ao risco para doenças não transmissíveis em adultos brasileiros, foi realizado um inquérito domiciliar, entre junho de 2002 e outubro de 2005, em amostra representativa de 18 capitais brasileiras. As prevalências dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis foram: excesso de peso; atividade física irregular ou sedentarismo;consumo de cigarros; consumo de álcool de risco; hipertensão arterial referida; diabetes referida; e hipercolesterolemia referida. A ausência de fatores de risco foi observada em apenas 8,5% da população entrevistada. Conclui-se que a alta prevalência de exposição a pelo menos um dos fatores de risco estudados evidencia que as ações em saúde devem ser multifatoriais e não dirigidas somente a um fator isolado.
Due to changes in the demographic, epidemiological and nutritional profiles of the population, infectious diseases are being replaced by chronic diseasesin Brazil. Public health actions directed toward local scenarios are being required due to the great demographic, social and economic diversity of the country. We performed a household survey aiming to identify the risk factors associated with non-communicable diseases in Brazilian adults. Representative samples were collected from 18 Brazilian state capitals between June 2002 and October 2005. We reported the prevalence for the following risk factors for non-communicable diseases: overweight; irregular physical activity or sedentary; smoking; risk-related alcohol consumption; declared arterial hypertension; declared diabetes mellitus and declared high level of cholesterol. Absence of risk factors was reported only by 8.5% of the population interviewed. In conclusion, the high prevalence of exposure to at least one of the risk factors studied shows that health actions must be multifactorial and not be directed towarda single isolated factor.