摘要:Neste artigo temos o objetivo de investigar a problemática da dor física a partir de um enfoque psicanalítico. Os casos de dor crônica sem comprometimento orgânico (no sentido etiológico) demandam análise sobre os seus fundamentos psíquicos. Nossa atenção se dirige, principalmente, à questão da origem dessa dor: seria ela de ordem psicogênica? A dor física, quando intensa e repetitiva - caracterizando um fenômeno de dor crônica - sinaliza a não integração entre os registros do corpo e do psiquismo. Isso se deve à ruptura no sentimento de continuidade do eu, ocasionada por fatores traumáticos, implicando, dentre outros aspectos, uma falha no sistema de para excitação. Diante da efração no eu, as fronteiras entre corpo e psiquismo tornam-se esmaecidas, possibilitando que o psiquismo regressivamente recorra ao corpo - mais especificamente, ao eucorporal - como medida defensiva contra a dor psíquica. A energia pulsional é justamente transferida para o registro corporal como último recurso para conter o transbordamento de excitações no psiquismo. Porém, o apelo ao corpo funciona aqui como uma espécie de "prótese" que, paradoxalmente, vem assegurar a sobrevivência psíquica. Buscamos igualmente mostrar como a dimensão da queixa possui especial relevância nos casos de dor física crônica. Constatamos que quando o sujeito se queixa, ele o faz para alguém. Ao explorarmos este aspecto, tão significativo na clínica do paciente doloroso crônico, somos levados a destacar o papel que a relação eu/outro teria nessa patologia.
其他摘要:In this paper we aim at investigating the issue of physical pain from a psychoanalytic standpoint. The cases of chronic pain without any organic implication (in an etiological sense) require the analysis of its psychical foundations. Our attention addresses mainly the matter of the origin of such pain: is it psychogenetic? When it is intense and repetitive, characterizing a chronical pain phenomenon, the pain signals the lack of integration between bodily and psychical registers. This is a consequence of the disruption of the self's sense of continuity, caused by traumatic factors implying some fault in the protective shield system, among other features. In front of the breaking and entering into the ego, the body's borders are blotted out, enabling psyche regressively to appeal to the body - specifically to the bodily self - as a defense against physical pain. The drive energy is transferred to the bodily register as a last resource in order to contain the flooding of excitations in the psyche. The appeal to the body, however, works here as a kind of "prosthesis" that paradoxically assures psychical survival. We also aim at demonstrating how the complaint dimension is especially relevant in the cases of chronic physical pain. We see that when the subject complains he/she complains to someone. Exploring this feature that is so significant in the clinic of the chronic painful patient, we are driven to underscore the role of the relation self/other in this pathology.