摘要:O artigo trata dos processos de protesto e resistência social na Argentina, a partir dos resultados de umestudo etnográfico sobre vulnerabilidade social e politização da vida cotidiana na Área Metropolitana de Buenos Aires. A pesquisa realizou-se entre 1995 e 2005 e tratou de desemprego, violência, uso de drogas e HIV-aids, por meio da análise das articulações entre as formas de padecimento e de sofrimento social e as estratégias individuais e coletivas de proteção, resistência e protesto de conjuntos subalternos residentes no cordão Sul da cidade de Buenos Aires (San Telmo, Boca, Barracas, Lugano), nas partes de Avellaneda (Dock Sur e Torres de Wilde) e La Matanza (Província de Buenos Aires). A partir de 2001 o estudo concentrouse na etnografia da formação, das modalidades de ação e do cotidiano de agrupamentos de desocupados, empresas recuperadas e assembléias de bairro. A partir de um enfoque da Antropologia Política que se centra nos processos de construção social da hegemonia e em conceitos como "tradição", "experiência" e "transação", propomos em primeiro lugar que os processos de protesto e de resistência social devem ser compreendidos em suas múltiplas articulações e entender-se em seu duplo caráter de processos históricos e de experiências de vida, que incluem sujeitos e coletividades. Sua abordagem, portanto, deve focalizar as tensões e as contradições desses entrecruzamentos. Em segundo lugar, sugerimos ressituá-los nos espaços de construção de práticas e sujeitos nos marcos mais amplos das relações de hegemonia; em particular, ponderar as experiências e as modalidades históricas de organização, dos processos da vida cotidiana e os sentidos que os protagonistas concedem às suas práticas.